Acho que a Clara de Sousa é de verdade. Não há esconderijos, camadas de qualquer coisa a esconder o que é. Nela, não vejo manias, artifícios, maneiras mais ou menos rebuscadas de chegar ao lado de cá, de quem a vê. Parece-me que é ela, inteira, assumida, que está ali a falar connosco quando ligamos a televisão. Não tem a obsessão por construir uma personagem encantada. É isso o que verdadeiramente encanta“
Por fim, Chagas Freitas acrescentou: “Pousa os pés no chão sem deixar de saber voar. Sabe que isto é tudo temporário, que andamos aqui todos a esbracejar para encontrar uma espécie de sentido. Quem como ela já teve perdas que deixam buracos incuráveis sabe disso tudo. Quem já viu a morte de perto sabe que há vaidades que não servem para nada. A dor é uma cabra cruel. É obrigatório passar por ela. O que fazemos com isso é opcional. A Clara parece-me ter feito a opção certa”.
